O que esperar de uma semifinal de Paulistão envolvendo Palmeiras e Corinthians? Jogo equilibrado, rivalidade, ânimos exaltados? É lógico que não podemos deixar de falar de todas as polêmicas envolvendo este jogo, mas vamos primeiro falar sobre o que aconteceu na partida.
Depois de um confronto equilibrado na fase classificatória, com vitória corinthiana, o confronto semifinal não tinha favorito. E logo no começo do jogo o Palmeiras mostrou que iria pressionar o alvinegro. Valdívia começou muito bem a partida, chamando o jogo com dois chutes muito perigosos e fazendo uma das coisas que melhor sabe fazer: catimba. Kleber, por sua vez, parecia extremamente nervoso e no seu primeiro lance da partida tomou cartão amarelo.
Só que a partida começou a mudar aos 20 minutos do primeiro tempo: ao fazer sua finta, o chute no vácuo, Valdívia sentiu a coxa e pediu substituição. Lincoln estava pronto para substituir o "Mago" até a expulsão de Danilo. Felipão foi obrigado a mudar a alteração. Entrou Leandro Amaro para recompor a defesa e o Verdão ficou sem meia armador, apenas com os volantes Marcos Assunção, Marcio Araújo e Tinga. Teve também a expulsão de Felipão e a contusão de Cicinho antes do fim do primeiro tempo. Mas mesmo com a superioridade numérica o Corinthians não conseguia impor seu jogo. A partida estava emocionante, mas feia. Muito equilibrio e disputas de bola no meio campo, mas perigo mesmo só nas bolas paradas.
O Palmeiras voltou bem para o segundo tempo. Com a forte marcação imposta principalmente pelos volantes, fechou os espaços e tentava sair nos contra ataques. Mas perigo mesmo só nas bolas paradas. Tanto que após escanteio vindo da esquerda, Leandro Amaro abriu o placar para o Palmeiras. Com 10 homens em campo e sem Felipão, o Verdão saia na frente.
O técnico Tite promoveu duas alterações que na teoria não modificavam a maneira do time jogar: Ramirez no lugar de Alessandro (Paulinho passou a ser o lateral direito) e Willian no lugar do contrariado Dentinho. Mas a estrela do atacante vindo do Figueirense brilhou novamente. Depois de escanteio vindo da esquerda e nas falhas de Deola e Rivaldo, Willian cabeceou sozinho para o gol. A bola cruzou a linha antes do corte de Leandro Amaro. 1 a 1.
Apesar do empate, o Palmeiras era melhor e teve algumas chances antes do final da partida. A decisão de quem seria o adversário do Santos na final sairia nos penaltis. Na primeira série 100% de aproveitamento: 5 a 5 (Kleber, Marcos Assunção, Marcio Araújo, Luan e Thiago Heleno para o Palmeiras; Chicão, Willian, Fábio Santos, Leandro Cástan e Morais para o Corinthians). Mas na série de cobranças alternadas, João Vitor errou sua cobrança e Ramirez garantiu a classificação do Timão.
Paulo César Oliveira prejudicou o Palmeiras?Existe uma grande diferença entre errar e estar mal intencionado. Particularmente, não gosto da árbitragem de Paulo César de Oliveira. Sempre me lembro das ofensas que ele teria feito para os jogadores do Santos, se não estou enganado em 2004. Alex, Paulo Almeida, Diego, Robinho, Elano e Nenê fizeram parte do time da seleção que disputou o Pré-olímpico para Atenas/2004. O Brasil não conseguiu a vaga e consequentemente Paulo César não foi a Olímpiada. E por causa disso teria ofendido os atletas do peixe, não sei precisar qual foi a partida.
Além disso, acho que Paulo César inverte faltas e media o jogo, muito mais que apitá-lo. Mas não acredito em complô, nem em manipulação como chegou a ser ventilado. Prefiro me ater no que tem de concreto. Segundo o Coronel Marinho disse após o jogo: "... o sorteio é aberto ao público. Em 21 sorteios até agora, em nenhum deles estave presente ninguém da imprensa, nem mesmo dos clubes."; "Se a intenção de publicar no jornal que Paulo César de Oliveira seria o árbitro do jogo Palmeiras x Corinthians, um dia antes do sorteio, era intimidar a Federação não deu certo. A Federação Paulista não cederá a nenhum tipo de pressão.". Sempre tive dúvidas a respeito desse sorteio. Se seria manipulado ou não. Mas nunca estive presente. Seria imprudência minha cravar manipulação, a partir do momento que as portas estavam abertas e não estava lá para acompanhar o sorteio. Sobre a segunda declaração, me sinto obrigado a concordar com o Coronel Marinho. Sem desrespeitar o colega que noticiou a presença de Paulo César na semifinal, mas a federação estaria concordando com a denúncia feita. Por mais polêmica que seja a decisão.
Falando do jogo em si, acho que Paulo César de Oliveira errou no lance capital do jogo. A expulsão de Danilo foi correta. Mas Liédson deveria ter sido expulso também. Aliás, ele levantou a perna antes mesmo de Danilo deitar com o carrinho. O lance foi perigoso e culpa foi dos dois jogadores. E essa dividida dura entre Liédson e Danilo aconteceu depois que Ralf, claramente, deu uma cotovelada em Kleber. Na frente de Paulo César. Ralf deveria ter sido expulso e a jogada teria parado, sem a dívida que resultou a expulsão do zagueiro palmeirense.
Já a exclusão de Felipão foi correta. Não importa se ele fez o gesto para o treinador adversário, Tite. Insinuou que o árbitro estava roubando, através de gestos, expulsão correta. E como foi expulso pelo gesto e não pela discussão, a não expulsão de Tite também foi correta, apesar que o treinador corinthiano deveria ter sido advertido verbalmente.
Acusações de Luiz Felipe Scolari.Sempre admirei e admiro Luiz Felipe Scolari. Acho que deve ser feito uma investigação séria a respeito de tudo o que ele falou na coletiva. Não só para puni-lo, mas também para que a justiça seja feita. Volto a enfatizar que não acredito em manipulação de resultado, nem em má-intenção de Paulo César Oliveira. Futebol de hoje em dia é um grande negócio, mas manchá-lo com a dúvida de manipulação irá tirar toda a graça do esporte. Só que por outro lado, devido a briga política envolvendo São Paulo e a CBF, acredito sim no veto da Federação à escolha de Scolari de jogar no Morumbi. Veto esse sustentado pela própria diretoria verde. É minha opinião, não é porque o Felipão disse que é verdade, mas acredito que os envolvidos devem também dar sua versão a respeito de tudo isso.
Outro detalhe que Felipão deixou escapar na sua coletiva pós-jogo: teria alertado os seus atletas que Kleber, Valdívia ou Felipão seriam alvos de Paulo César, para possivéis expulsões. Felipão pilhou seu time na preleção. A equipe entrou nervosa e com a certeza de que seria prejudicada pela arbitragem. Deu no que deu.